segunda-feira, 13 de maio de 2024

PREPARO

Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por Ele em paz, imaculados e inculpáveis. 2 Pedro 3:14

O ano era 1845. Duas embarcações partiram da Costa Britânica em direção ao gelado Ártico. A expedição era liderada por John Franklin, oficial da Marinha Real do Reino Unido e explorador experiente. Ele já havia feito outras três viagens semelhantes, mas aquela seria a mais importante. No entanto, nada saiu como planejado. Os navios nunca voltaram, e todos os 133 tripulantes morreram. 

A história diz que a viagem deveria durar cerca de três anos. Havia suprimentos, mas o carvão que levaram só era suficiente para duas semanas. Enquanto faltava combustível, sobrava entretenimento. Eles levaram uma biblioteca com mais de mil volumes, instrumentos musicais e jogos de tabuleiro. Não havia roupas próprias para o frio. O único traje disponível era o uniforme da Marinha. Inexplicável. A certa altura da viagem, o mar gelado invadiu o convés, congelou a água ao redor do leme, e o navio ficou preso no meio do oceano. 

Os marinheiros começaram a sair dos navios com seus uniformes de gala, alguns pertences e quase nenhuma esperança de resgate. Você consegue imaginar a cena de desespero? Foram encontrados, nos cinco anos seguintes, os restos da expedição espalhados pelo mar congelado. Muitas perguntas ainda permanecem sem resposta diante dessa estranha história. A principal delas talvez seja: Como homens tão experientes partiram para uma viagem de tamanha magnitude estando tão despreparados? 

E quanto a nós? Se a vida espiritual pudesse ser interpretada como uma grande travessia, será que estaríamos levando o essencial em nossa embarcação? Será que temos feito o devido preparo? Infelizmente, muitas vezes o que se vê é uma incrível contradição em nossa experiência de fé. Declaramos estar de passagem por aqui, mas, às vezes, nossa bagagem denuncia algo bem diferente. Professamos que nosso destino é o Céu, mas o que levamos parece dizer que gostaríamos de ficar aqui para sempre. Muito tempo conectados, pouco tempo ajoelhados. Muito acesso a notícias, pouco estudo da Palavra. Muitas postagens, pouco testemunho. Muita diversão, pouca consagração. 

Enquanto estivermos em nossa viagem rumo ao Céu, que as pessoas ao nosso redor vejam que nossa marca é a pureza e a consagração. 

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/preparo-2/

RELIGIÃO AO VIVO

Os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam. Isaías 40:31

Lembro-me vividamente da primeira vez que vi uma águia. Foi na casa de um senhor que tinha o estranho hábito de empalhar animais mortos. Olhei para a majestosa ave com admiração, mas não consegui deixar de sentir um certo desconforto ao vê-la presa para sempre naquela pose estática e sem vida.

Posteriormente, vi outras águias na televisão, nos documentários de Félix Rodriguez de la Fuente, e em um zoológico em Córdoba. Mas a experiência mais memorável ocorreu quando visitei o Parque Natural de Cazorla. Lá, pude observar um magnífico exemplar da ave em seu habitat natural, deixando-se levar pelas correntes de ar quente, subindo em círculos, de asas estendidas e com todo o esplêndido vigor da natureza. Foi então que entendi o que Isaías quis dizer com “os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias”.

Assim como minha experiência com a águia, a religião também pode ser vista de diferentes perspectivas. Pode ser apenas uma tradição transmitida de geração em geração, sem vida ou significado próprio. Ou pode ser algo que experimentamos apenas virtualmente, sem realmente mergulhar em uma vivência espiritual. Podemos ir à igreja toda a nossa vida e ainda assim nunca ter um encontro real com Cristo.

Mas há uma forma de religião que é viva e vibrante, que nos leva a lugares inesperados e nos permite experimentar a graça de Deus em todo o seu esplendor. É como a águia que voa livre, sem amarras, e se deixa levar pelas correntes de ar. É a religião que vivemos ao vivo e em cores, que nos faz sentir a presença de Jesus como uma corrente térmica que nos eleva a novos patamares da existência.

Deus nos convida a ter essa experiência de vivacidade religiosa. Ele nos promete que, se abrirmos nosso coração e desejarmos verdadeiramente, poderemos ter esse encontro íntimo e transformador com Ele. Então, deixemos de lado as experiências religiosas enjauladas, artificiais e virtuais, e permitamos que a vida espiritual floresça em toda a sua beleza e vigor. Vivamos com Jesus, e sintamos a alegria e a paz que só Ele pode nos dar.

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/religiao-ao-vivo/

ESPERANDO O TEMPO

Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém (Apocalipse 1:7).

Embora os reformadores acreditassem no retorno literal, visível, audível e glorioso de Cristo, a compreensão dessa verdade mudou com o tempo. Pregadores populares do século 19 ensinaram que Cristo viria para estabelecer Seu reino na Terra e inaugurar mil anos de paz. Isso levou a uma letargia espiritual. 

Os discípulos de Cristo também entenderam mal a natureza da vinda do Messias. Pensavam que Ele viria como um general que quebraria o jugo romano, não como Aquele que os libertaria da condenação e dos grilhões do pecado. 

De que modo o Senhor voltará? At 1:9-11; Ap 1:7; Mt 24:27, 30, 31 

Quando Cristo veio pela primeira vez como um bebê na manjedoura de Belém, poucos discerniram Sua vinda. Mas quando Ele vier pela segunda vez, “todo olho” O verá. Todo ouvido ouvirá a trombeta. Todos contemplarão Sua glória. Não sejamos enganados. As Escrituras deixam bem claro os eventos que cercam o Seu retorno. 

“Ao povo de Deus, que, por tanto tempo, peregrina em sua jornada ‘na região e sombra da morte’ (Mt 4:16), é dada uma esperança preciosa e que inspira alegria na promessa do aparecimento Daquele que é ‘a ressurreição e a vida’ (Jo 11:25), para levar de novo ao lar Seus filhos exilados. A doutrina do segundo advento é, sem dúvida, a nota tônica das Sagradas Escrituras. Desde o dia em que o primeiro casal caminhou entristecido para fora do Éden, os filhos da fé têm esperado a vinda do Prometido para quebrar o poder do destruidor e levá-los novamente ao paraíso perdido” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 256). 

Um dos primeiros líderes adventistas, Luther Warren, dizia aos jovens: “A única maneira de estar pronto para a segunda vinda de Cristo é se preparar e permanecer pronto”. A mensagem do breve retorno de Cristo é um apelo urgente a cada um de nós para examinar o coração e avaliar a vida espiritual. É um chamado para a vida piedosa. Não pode haver neutralidade na luz da volta de Cristo.

Como a Bíblia nos encoraja sobre maneira pela qual Cristo virá? (1Ts 5:2-5; Hb 9:28)

Fonte: https://mais.cpb.com.br/licao/motivado-s-pela-esperanca/#licaoSegunda

domingo, 12 de maio de 2024

QUERIDA MAMÃE

Honre o seu pai e a sua mãe, para que você tenha uma longa vida na terra que o Senhor, seu Deus, lhe dá. Êxodo 20:12.

Dez anos atrás, escrevi uma meditação intitulada: “Honre Seus Pais.” Naquela época, eu ainda não havia tido a oportunidade de cuidar da minha mãe de 93 anos em tempo integral. Até hoje, ela mora conosco, adentrando seu 104º ano de vida. 

Tenho muito orgulho de ser filha de Sallie Mozelle Gilles, que nasceu na pequena cidade de Ninety-Six, estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, no ano de 1914. Os pais dela eram agricultores e nunca tiveram terra própria. Ela e seus irmãos trabalhavam na lavoura com o pai, que os fazia trabalhar do nascer do sol ao entardecer. Ainda assim, eles tinham que se preparar para o culto de domingo, memorizando capítulos da Bíblia e poemas cristãos. 

Minha mãe era uma filha rebelde que sempre questionava as decisões do seu pai. Assim, ele dava a ela os capítulos e os poemas mais difíceis, como uma “punição “, mas isso acabou fazendo com que ela desenvolvesse interesse por livros, por poemas e pela Bíblia. 

Minha mãe costumava nos contar histórias de escravos fugitivos que batiam à porta da casa deles tarde da noite, pedindo comida e abrigo. O pai lhes dava abrigo temporário e orava com eles. Era assim até a hora em que partissem. Também contava como a vida deles era difícil e que o Espírito Santo se movia para prover as necessidades da família, mesmo quando a casa deles pegou fogo, deixando-os sem nada, apenas com a roupa do corpo! Também contava sobre os sonhos que ela teve com Jesus, que a guiava quanto ao que fazer. Conforme minha mãe foi crescendo e amadurecendo espiritualmente, as doenças que ela teve na infância foram desaparecendo. Mesmo os médicos não sabendo como tratar a doença, ela foi curada e, pelo sangue de Jesus e Sua graça, ela nunca mais foi hospitalizada por aquele problema. Quando minha mãe aprendeu sobre o sábado, ela falou sobre isso para seus vizinhos, amigos e familiares. 

Cuidar da minha mãe tem sido uma honra para mim. Agradeço a Deus todos os dias por esta benção. Minha casa é abençoada. Eu sou abençoada e agraciada pelo Deus todo-poderoso. 

Obrigada, Senhor, pela bênção que são as mães! 

Sylvia Gilles Bennet

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/querida-mamae/

sábado, 11 de maio de 2024

MEMÓRIA

Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal. Eclesiastes 12:14

Há uma expressão na Bíblia que sempre me chamou a atenção: Deus Se lembra. Você já deve ter lido que Ele Se lembrou de Noé (Gn 8:1), de Abraão (Gn 19:29), de Raquel (Gn 30:22) e de Ana (1Sm 1:11, 19), só para citar alguns exemplos. Como entender essa memória divina? Será que um Deus onisciente precisa Se lembrar de algo ou de alguém em algum momento? A verdade é que, quando a Bíblia diz que Deus Se lembra, não significa que Ele sofra de algum tipo de amnésia. Esse é apenas um jeito de dizer que, em determinada situação, Deus passa a agir de forma especial na vida de uma pessoa. 

O final do livro de Eclesiastes oferece mais uma evidência desse fato. O texto diz que, no fim de tudo, Deus vai trazer a juízo todas as coisas. Se o início do capítulo 12 é marcado por uma sugestão do esquecimento humano, quando o autor aconselha: “Lembre-se do seu Criador” (Ec 12:1), no final, a ênfase está na memória divina. A mensagem é esta: os homens se esquecem, mas Deus Se lembra de tudo. O que de bom foi feito, Ele não esquece e, certamente, recompensará. Para o que aconteceu de mau, Ele já proveu o remédio: a cruz do Calvário, que é a solução para nossos erros. 

Em 2005, saí de casa para estudar Teologia. Pela primeira vez, eu estava longe de casa e dos meus pais. Não demorou muito, e fui engolido pela nova rotina de estudos e atividades diversas que estavam disponíveis naquele lugar incrível que é o Unasp, campus Engenheiro Coelho, no interior de São Paulo. As semanas rapidamente se transformaram em meses, e logo chegou o mês de maio. No dia 11, acordei cedo, como de costume, fui para as aulas, estudei, li, trabalhei e zerei os itens da agenda. Só alguns dias depois percebi a falha. Dia 11 de maio é aniversário do meu pai, e, naquele dia, eu não havia falado com ele ao telefone. Esqueci completamente. Envergonhado, preferi não tocar no assunto e segui a vida. Mas logo chegou o dia 19 de setembro, meu aniversário. Antes das 6h, o telefone do meu quarto tocou, e adivinhe quem era? Ele mesmo, o meu pai. Do outro lado da linha, ele disse: “Filho, o pai ama você.” 

O ser humano esquece, mas Deus é o Pai que sempre Se lembra de Seus filhos. Fale com Ele hoje e viva um dia incrível. 

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/memoria/

sexta-feira, 10 de maio de 2024

VOCÊ ESTÁ OUVINDO

Todo aquele [...] que ouve estas Minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Mateus 7:24.

Logo após o Dia de Ação de Graças de 2017, perdi para o câncer um colega de trabalho e amigo de muitos anos. Durante os três meses que ele lutou contra a doença, mantive contato com a esposa dele para saber da sua condição de saúde. Só nos falávamos por telefone. Eu nunca a havia encontrado pessoalmente, até que nos conhecemos dias depois da morte do meu amigo. Eu queria levar um cartão e flores para ela, ou uma planta, ou alguma coisa que demonstrasse minha empatia. 

O problema não era encontrar o cartão; mas as flores ou uma planta, era mais complicado. 

Fiquei indecisa entre diferentes arranjos de flores, mas por alguma razão, um buquê de rosas amarelas acabou chamando minha atenção. Por fim, peguei o vaso que continha as rosas amarelas, paguei por elas e me dirigi à casa da recém-viúva. 

Nunca vou me esquecer do momento em que entreguei as rosas amarelas. Ela pegou o vaso com os olhos cheios de lágrimas. 

Alguns dias depois, ela me telefonou para pedir desculpas pelo choro emotivo. Então, me perguntou: 

– Alguma vez meu marido comentou com você sobre o nosso amor por flores? 

– Não – respondi. – Nós falávamos sobre carros e compras, mas nunca comentávamos sobre nossa vida pessoal. 

– Isso é impressionante – ela replicou. – Porque você não tinha como saber que nós cultivávamos flores. 

– Vocês cultivavam flores juntos? – perguntei. 

– Sim – ela disse. – Mas não eram quaisquer flores. Cultivávamos rosas. Mais especificamente, rosas amarelas! 

Fiquei arrepiada ao perceber que Deus tinha me levado a comprar para aquela viúva algo que tocaria seu coração de modo profundo e que teria um significado especial para ela: um arranjo de rosas amarelas. 

Fico muito contente por eu ter “escutado” o que Deus estava me dizendo! 

Você está ouvindo Deus falando com você quando Ele a impele a fazer certas coisas durante o dia? Ele está esperando que você O atenda. E, com certeza, outras pessoas serão abençoadas. 

Quem será abençoado hoje por sua resposta à voz do Senhor? 

Sonia Brock

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/voce-esta-ouvindo/ 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

MESA

 Preparas um banquete para mim à vista dos meus inimigos. Tu me honras, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice. Salmo 23:5

Alguns afirmam que o Salmo 23 é a porção mais conhecida do texto bíblico – o “Salmo do Pastor”. No entanto, esse poema descreve nossa relação com Deus para além da cativante figura de um cuidador de ovelhas. Esse é também o “Salmo do Anfitrião”. Deus é apresentado ali como Aquele que oferece não apenas proteção e supre necessidades, mas como quem propõe uma relação. Ele é o Anfitrião que abre as portas da casa e prepara a mesa. Isso é comunhão e intimidade. 

É possível perceber no texto uma espécie de movimento, que vai das pastagens do campo distante, passando pelo vale escuro e perigoso, indo em direção à casa do Pastor-Anfitrião. Alguns pensam que esse trajeto poderia simbolizar as diferentes fases da nossa jornada de fé. Um dia somos como ovelhas pequenas e indefesas que precisam de ajuda para tudo, inclusive para encontrar alimento e água. Aos poucos vamos aprendendo a andar pela vida, sendo guiados pelos conselhos e exemplo do nosso Modelo divino. Mais adiante nossa fé é testada pelos reveses da vida, o que pode ser simbolizado pelos vales de sombra e morte. Mesmo nesses momentos, temos a chance de comprovar a companhia do Senhor. Até que finalmente chegamos à casa do Pai – uma referência à vida eterna. 

Aprendemos com o Anfitrião descrito no salmo que o maior sinal do reinado de Cristo na Terra não são os alimentos que distribuímos, mas as mesas que preparamos. As cestas básicas que oferecemos são importantes, mas não esgotam o evangelho. A caridade não substitui o relacionamento. O reino de Deus acontece onde as portas se abrem, onde a mesa é posta, onde a bênção é repartida, onde a alma se farta. É quando trazemos pessoas para nossa presença, para nossa mesa e para nossa vida. Mesmo aquelas que são diferentes de nós. Não é por acaso que a vida eterna é ilustrada com um banquete. 

Que hoje você encontre oportunidades para se sentar à mesa com pessoas que tornam sua existência significativa. Que em sua mesa sempre haja lugar para o estrangeiro, para o solitário, para o ferido e para o cansado. E que no encontro com o outro você se encontre com Deus. 

Fonte: https://mais.cpb.com.br/meditacao/mesa/